
Entre os dias 24 e 28 de setembro, os professores Guilherme Freire e Fernando Souza participaram do XVI Congresso da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular (IASPM – Seção América Latina), no qual apresentaram os trabalhos intitulados, respectivamente, “Considerações sobre a música das nações de maracatu cearense Az de Ouro e Vozes da África” e “Perré, um padrão dialógico compartilhado”. Na ocasião do evento, organizado pela Universidade Federal do Pernambuco, o docente Guilherme Freire expôs e discutiu com pesquisadores de outras instituições e de outros países os resultados obtidos na pesquisa PIBIC coordenada por ele com bolsa financiada pela Universidade Federal do Ceará. As informações recebidas através do contato com outros pontos de vista e com especialistas em outros temas contribuem para enriquecer a pesquisa e os resultados futuros. Na visão de Guilherme Freire, “é intrigante notar que o maracatu cearense ainda não ocupa espaço nas discussões sobre a temática do maracatu.. fora do estado não se conhece à respeito, apesar de constituir uma manifestação registrada como patrimônio imaterial e isso pode resultar da falta de estudos da área de música sobre o tema. Isso reforça, por sua vez, a necessidade de aprofundar os conhecimentos a respeito”. A esse tópico referido por Guilherme, Fernando aponta que “essa realidade de desconhecimento emerge de poucas ações de divulgação do maracatu cearense; dado que torna o estudo academico desenvolvido por Guilherme Freire significativamente importante para a construção da identidade cearense.” Fernando acrescenta que “Estudos dessa natureza merecem ser creditados e difundidos pedagogicamente nas escolas e espaços publicos de modo a viabilizar a população local cearense construir um entendimento e identificação concreta com manifestações expressivas como o maracatu cearense, reisados e outras práticas populares, firmando vínculos simbólicos e materiais com raízes indígenas locais e afrodescendentes”.
Em sua abordagem, Fernando Souza apontou a importância da compreensão de modos locais de pensar o fazer musical, dando voz à pessoas que ativam formas nordestinas de fazer música. Em seu estudo, Fernando propôs o toque rítmico do perré ( parte integrante dos caboclinhos) como padrão base para se desenvolver uma performance tipicamente em sotaque nordestino.
Site oficial e programação geral do evento
https://app.ciente.studio/iaspm-al-2024